2 de junho de 2011

Galo e a força da bola parada neste Brasileirão


Galo muda em relação às temporadas passadas e chama atenção pelos gols de bola parada. Em dois jogos foram cinco gols

Réver (Foto Arquivo CNN)

É consenso entre os profissionais que trabalham no futebol que as jogadas originadas de bola parada têm se tornado cada vez mais importantes, principalmente devido ao equilíbrio que marca as competições nacionais. Muitas vitórias, classificações e até mesmo títulos já foram sacramentados em um lance que começou com a cobrança de uma falta, um escanteio ou um pênalti. Coisas comuns durante as partidas, mas que nem sempre são aproveitadas.

Nas temporadas passadas, um dos maiores questionamentos relacionados ao Atlético-MG esteve ligado à famosa bola parada. Além de sofrer muitos gols dessa maneira, o time não conseguia balançar a rede a seu favor nesse quesito.


Mas a julgar pelas duas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, a tese de que o Galo não tem uma boa e efetiva jogada de bola parada vem caindo completamente por terra. Os números mostram que a história vem se invertendo.

Nas vitórias por 3 a 0 e 3 a 1, diante de Atlético-PR e Avaí, respectivamente, cinco dos seis gols foram marcados em lances originados de cobranças de escanteio. Aproveitamentomuito alto e que poderia ser ainda maior devido ao grande número de oportunidades criadas.

Mas essa mudança de estilo dentro de campo não chega a ser uma surpresa. Apesar de o desempenho estar acima da média, tudo é resultado do trabalho feito pela comissão técnica e jogadores no dia a dia de treinos na Cidade do Galo.

Dorival Júnior exige muito de seus comandados nas jogadas de bola parada. Assim que terminam os treinos táticos, técnicos e coletivos, o treinador reúne os principais cobradores e cabeceadores, dando ênfase às faltas e escanteios.

Com isso, os frutos estão sendo colhidos no momento dos jogos.

Até agora, Magno Alves, Réver e Leonardo Silva foram os jogadores que mais se destacaram e aproveitaram as chances nos cabeceios.

– Sabemos que bola parada decide jogo, não foi o primeiro jogo que decidiu para nós. Nos dois jogos trabalhamos forte em bola parada, acabou encaixando e saindo os gols nas partidas – destacou Réver.
Em 2010, a bola parada era um pesadelo
Se neste começo de Campeonato Brasileiro, as jogadas de bola parada, principalmente os cruzamentos em escanteios estão sendo um grande aliado para o Atlético, ano passado, a situação era totalmente oposta para o Galo.

A equipe, então comandada por Vanderlei Luxemburgo, amargou a zona de rebaixamento por várias rodadas muito em função do desastre nos lances de cruzamentos em faltas ou escanteios. Jogar a bola alta na área era um Deus nos acuda.

Werley e Jairo Campos formavam a dupla de zaga titular. Como os dois não são altos e estavam mal treinados, o Galo sofria com os jogadores adversários, que tinham muita facilidade para cabecear.

Na derrota por 2 a 1 para o Grêmio, no Olímpico, por exemplo, Hugo marcou dois gols de cabeça com tranquilidade. Em novo revés, mas desta vez para o Atlético-PR, o mesmo roteiro, com Bruno Mineiro cabeceando no primeiro pau. Isso para ficar apenas nessas lembranças.

Réver chegou no meio do ano como salvador da pátria para as jogadas de bola aérea e deu resultado, principalmente depois da chegada de Dorival Júnior e seu auxiliar Ivan Izzo, que treinava os zagueiros de forma separada para ajustar o posicionamento nos cruzamentos.
Bate-bola com Réver, em entrevista coletiva:
Qual tem sido a receita para o bom aproveitamento nas jogadas de bola parada?

Réver: Este ano, começando do zero, nós todos estamos trabalhando forte a bola parada. Nosso setor defensivo é diferente dos demais, temos a zaga bem alta. Então, precisamos tirar proveito da bola parada até porque possuímos excelente batedores, até porque acaba facilitando a vida de quem está dentro da área.

A bola aérea tem sido importante para o Galo neste começo de Brasileiro. É uma jogada que pode decidir?

Réver: Sabemos que bola parada decide jogo. Não foi a primeira partida que decidimos assim. Nos dois jogos trabalhamos forte em bola parada, acabou encaixando e saindo os gols.

A jogada pode ficar manjada para a sequência da competição?

Réver: Daqui a um tempo isso pode parar de acontecer, porque as equipes acabam estudando os adversários. Sabemos que uma hora vai estar bem marcado e a jogada não sairá.

Qual é a alternativa quando a bola aérea não funcionar?

Réver: É preciso procurar a aproximação, para entrar tabelando e concluir em gol. Estamos é tendomuita felicidade de fazer gols em bolas paradas neste momento.

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